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Agora bem, não tenho certeza de poder continuar falando. Já falei demais. Vou contar-lhes uma pequena história que os deixará maravilhados. Faz um tempo, estive no Canadá com os índios. Foi organizado um curso com eles. Um chefe indígena me contou que, no seu idioma, não existia a palavra justiça. Podem imaginar isso? Não há uma palavra para a justiça. Perguntei-lhe então: que acontece quando alguém comete um crime? E me respondeu: "a pessoa é adotada pela família da vítima".
Claro, e nós pensamos ser justos. Afirmamos que queremos ser justos e, por cima de todo, nosso Deus ha de ser justo. Menciono novamente o primeiro atuante. Como ele pode ser justo? Se tudo se gera através dele, que sentido tem que ele seja justo? Quando exigimos a Deus que seja justo, ainda é Deus? Deve colocar-se a serviço da justiça, assim como o imaginamos, então o verdadeiro Deus é a justiça e o outro Deus está ao seu serviço. E que significa a justiça: mato-o. Isso é a justiça.
Não devemos nos enganar. Quando alguém luta por uma justiça contra o outro, que acontece no seu coração? Que deseja? A morte de outro. Não tenho dúvidas. Eu sei que é assim e tornei-me muito prudente. Todos os que pedem justiça, desejam a morte de outros. Quando apelam à justiça de Deus, que deveria fazer ele? Deveria matar alguém. E ainda mais, deveria deixá-lo arder no inferno para toda a eternidade. Sim, sim, exatamente isso. Que fazem, então, os bem-aventurados no céu? Olham para o inferno, o tempo todo. Não podem fazê-lo de outra forma. E isso é a felicidade no céu? Prefiro voltar para o paraíso, onde a diferença entre o bem e o mal se acaba, em outro plano.
Bert Hellinger
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