As dinâmicas resultantes do Amor Interrompido!
As separações precoces provocarão uma reação agressiva de sobrevivência, que Bert Hellinger chamou de movimento interrompido! Também é um luto que não aconteceu.
Quando um pequeno fica paralisado pela morte ou afastamento de sua mãe ou pai, somente a energia assassina lhe dará forças para continuar vivendo, cegando-lhe a própria dor. Essa agressividade é permanente, porque protege a pessoa de uma desolação terrível e desesperadora, incompreensível, da qual não se lembra de nada, pois era muito pequeno quando aconteceu.
É o comportamento neurótico de alguém que foi separado da mãe quando criança, ou às vezes do pai, de um irmão, e ficou sem reagir. Ele não chorou, não ficou bravo, ninguém lhe explicou a situação. Ele viveu essa separação como a retirada do amor do seu ente mais querido; ele fez algo errado e eles o puniram com o fato de que a pessoa que mais amava não queria mais ficar com ele! ( assim é registrado em sua psiquê). Ele sobreviverá a tanta solidão e culpa graças a força da raiva. O coração do seu filho é incapaz de administrar esse castigo, esse despeito.
Então, é o fígado que assume o controle, supre a carência e o abandono, pela raiva. A raiva, uma raiva enorme que desafia todo o universo, permitirá que ele permaneça vivo e se manifestará novamente toda vez que ele se aproximar do amor que viveu quando seu ente querido o deixou. Ele está em um ciclo continuo, aproxima- se por amor, e de repente torna -se agressivo e foge. Aproxima-se continuamente do mesmo ponto, foge, ou explode.
Cada vez que seu relacionamento afetuoso com uma nova pessoa se aproxima do momento em que sua mãe desaparece de sua visão (mesmo que tenha sido por algum tempo) ele é dominado pelo medo de ser abandonado novamente e pela vergonha de se sentir tão mal, ao mesmo tempo necessitado e culpado, o que desencadeia uma reação descontrolada , cujo papel , como uma cortina de fumaça, é evitar viver essas emoções destrutivas de pânico e vergonha.
Serão as mulheres que mais despertarão a memória da mãe que o abandonou e serão, portanto, as mulheres que desencadearão a fúria assassina do filho enlouquecido de dor. Essa pessoa que tanto precisa recuperar o afeto perdido desde a infância, se vê cada vez mais rejeitada e antissocial. Essa raiva repetitiva e injustificada, com um ente querido, é uma causa muito frequente de abuso psicológico e físico de qualquer um dos membros de um casal.
Segundo as estatísticas, ocorre em metade dos casais e tanto homens como mulheres sofrem com isso.
Los Desafios de La Vida Actual. Brigitte Champetier de Ribes
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