Todas as crianças são boas!
Revista Hellinger Science, março de 2007.
Não existem crianças difíceis. Existem sistemas difíceis, algo que está desordenado nas suas famílias.
O principal distúrbio de uma família é a exclusão ou o esquecimento de um de seus membros. Então, o que a criança difícil faz? Pois bem, olha para aqueles que estão excluídos ou esquecidos. Assim que esses esquecidos são vistos e reintegrados, as crianças ficam aliviadas.
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Tenho observado por exemplo, que crianças hiperativas, essas crianças inquietas, olham para um morto que é ignorado pela família. Por isso pronunciei a frase que surpreende a muitos: todas as crianças são boas!
E isso pode ser demonstrado muito bem em uma constelação.
A esta frase acrescentei outra coisa: os pais deles também - como filhos!
Quando crianças os pais também muitas vezes olharam para alguém. Em particular os pais que consideramos difíceis são filhos que olham para alguém excluído. Na verdade eles não estão disponíveis para os filhos porque olham para aquela pessoa esquecida.
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O que importa no final, nesta constelação familiar, em termos de espírito!? Pois bem, que cada um fique em seu lugar, que aqueles que foram negados recebam novamente. Então todos ficam aliviados.
Aqui está um exemplo: veio me ver uma tutora que cuida de crianças difíceis, principalmente daquelas que são expulsas da escola.
Ela tenta reintegra-los, com muito amor, e com sucesso também.
Um dia ela me liga e diz: meu filho mais novo ficou tão agressivo que querem tira-lo da escola. O que eu faço!?
Aqui vemos como alguém com experiência na área e eficiente em seu trabalho é tomado pelo destino.
Não o seu. Mas o de alguém da sua família, (ou alguém com quem nutre um vínculo de amor, carinho, amizade, cuidado). Eu disse a ela: vem fazer um curso com toda família.
Chegaram o casal e dois filhos.
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Então a família sentou-se ao meu lado. Olhei para eles e percebi imediatamente que a mãe queria morrer.
Por isso a agressividade do filho.
Disse a ela: quando olho para você vejo que você quer morrer.
Sim, é assim ela responde.
Mas porque a agressividade do menino!?
Porque ele, o filho, quer morrer!?
Eu decidi constelar antes a mãe, e quando a representei olhou para o chão, onde via um homem morto.
Perguntei ao esposo, para quem ela olha na morte!?
Ela tinha um amigo muito querido.
Ele morreu em um acidente de carro.
Representei esse amigo e vimos que entre eles havia um grande amor um vínculo afetivo de carinho, e ela era atraída para a morte por esse amigo.
Então, ele foi conduzido para tomar consciência do seu lugar e descansar. Fechou seus olhos e ficou em paz.
Colocada então a mãe em frente ao garoto, seu filho de 14 anos, ela disse: agora vou ficar, e fico feliz que você fique também!
O filho amorosamente se entregou ao abraço da mãe e tudo foi ordenado.
O garoto se transformou rapidamente no filho calmo e amoroso que sempre fora.
Crianças difíceis são as crianças com o amor mais forte.
Muitas vezes simplesmente não sabemos para quem estão olhando!
O sucesso escolar dos filhos!
A Escola é uma micro sociedade onde se manifesta tudo o que os pais deixaram pendente. Uma criança só faz o que seu sistema precisa, uma criança vê excluídos que seus pais não vêem, e por amor a eles se exclui (da vida, do sucesso, da amizade, etc.)para segui-los. Seu amor é tão incondicional que ele não consegue fazer mais nada, mesmo estando desesperado para não agradar a seus pais ou a si mesmo.
O que os pais não assumiram é assumido pelos filhos, é o seu destino. E eles podem ser libertados assim que os pais perceberem e aceitarem isso.
O que costumamos deixar pendente?
Deixar em ordem o nosso passado amoroso, ver os nossos abortos e integra-los a família como filhos, ousar estar no nosso lugar de filhos, de parceiros, de pais, aconteça o que acontecer, etc.
O sucesso dos nossos filhos começa em casa.
O desenvolvimento pessoal dos pais permitirá a expansão dos filhos, independentemente do professor.
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O professor se verá diante de tudo o que ele mesmo não resolveu em sua vida.
Cada dificuldade( aluno,turma, pais, colegas) é um espelho do que seu sistema está precisando resolver através dele.
E o processo vale a pena, pois a transformação é imediata e muitas vezes espetacular quando o professor consegue ter meios de observar a dinâmica sistêmica que ocorre entre ele e a Escola.
A escola é onde se moldam os futuros cidadãos do país. Ali se adquire o hábito de confiar ou não nas próprias forças, o hábito da disciplina no serviço em geral e ao objetivo particular ou não, o hábito do trabalho e do serviço ou não, o hábito do respeito ou não.
E quando adultos, encontramos esses hábitos grudados na pele: medo de provas, ansiedade ao estudar, complexidade diante de tudo que parece uma avaliação...
Se o fracasso escolar já existe há muito tempo, hoje surgem novos transtornos que se traduzem fundamentalmente na falta de respeito que atinge todos os participantes da Escola.
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Os motivos profundos são a primeira transgressão do equilíbrio entre dar e receber, fundamentalmente por parte dos pais que não tomaram aos seus pais, exigindo deles algo diferente do que dão, e continuam exigindo sem tomar o que há. E, em segundo lugar, a violação da ordem, se os pais não estão no seu lugar, os professores normalmente também não estão e preencherão o vazio, agindo como pai ou mãe deste aluno sem pais, e a guerra já foi declarada entre eles, professores e pais, com a consequente angústia do aluno.
Na dinâmica de grupo sabemos bem disso: um conflito latente e arraigado entre os poderosos de um grupo será vivido com toda a crueza pelos mais pequenos.
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