![Amantes, infidelidade! Como lidar com isso?](https://static.wixstatic.com/media/0055f6_a114bb6aa5364a778a804520fb72aa72~mv2.png/v1/fill/w_802,h_628,al_c,q_90,enc_auto/0055f6_a114bb6aa5364a778a804520fb72aa72~mv2.png)
A presença real de amantes e de infidelidade levanta perguntas sobre seu significado e sobre como lidar com isso. Em geral a infidelidade dói e convém compensa-la, especialmente se o pacto com o parceiro for de fidelidade.
No entanto, as estatísticas mostram que a infidelidade entendida como abertura sexual para uma pessoa diferente do parceiro(a) é muito alta.
Talvez constitua uma força que não pode ser presa sempre no âmbito pactuado do casal como unidade social, e talvez ainda tenha reminiscências da sexualidade multi- homem e multi-mulher de nossos recentes antepassados caçadores coletores.
Também achamos que é certo que a sexualidade pertence a cada pessoa e se enraíza em sua mais profunda intimidade. Cada um deve se apropriar da sua sexualidade e faze-la crescer a sua maneira, sem delega-la ou projeta-la nos outros. Vemos muitas mulheres (de gerações anteriores, mas também jovens) que se comportavam como se a sexualidade pertencesse aos homens, e não a elas.
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Elas simplesmente concediam, ao invés de se conceder; ou seja, o sexo era um ingrediente de troca, um oferecer ao outro, ao invés de oferecer-se a si mesmas.
E também vemos homens que desconectados da sua sexualidade e de seu instinto, praticam sexo executivo, baseado no desempenho e na boa atuação que só tem como objetivo satisfazer sua companheira.
Mas a sexualidade não é algo que damos ou que nos dão, e também não é um encontro executivo e sim um compartilhar; algo que, ao nos pertencer, decidimos viver em comum com quem escolhemos e nos escolhe, abrindo nosso instinto e com frequência nosso coração, compartilhando um verdadeiro encontro de intimidade e comunhão.
Vejamos algumas dinâmicas que cercam o tema da infidelidade:
Primeira
Poderia se chamar de "nós dois juntos conseguimos," e ocorre com alguns casais onde um dos dois não está disponível sexualmente, porque vive o sexo como algo desagradável e pouco interessante.
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(Seja pela razão que for, embora em geral se deve buscar o motivo nas lutas de poder ou no desamor no relacionamento, e em aprendizagem trazida da família de origem ou do âmbito educacional) e se sente liberado quando o outro tem um amante, como se entre o amante e ele dividissem o desagradável trabalho da intimidade e da sexualidade.
Com isso se obtém vários benefícios: mantém o status do relacionamento como tal e ele pode sobreviver graças a esse terceiro que assume o importante e meritório papel do amante.
Também se consegue descompressão e leveza e a pessoa não disponível sexualmente se sente aliviada, e ainda goza dos benefícios de ser a vítima da infidelidade, e se mantém no status de "certa"!
Segunda
Uma dinâmica muito habitual é justamente a contrária. Poderíamos denomina-la "graças a sua presença".
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Nesse caso o amante não serve para manter o status da relação, mas age como estopim para disparar uma crise e abrir a porta para um reacomodamento ou uma separação que esteve sendo tramada nas profundezas do relacionamento, durante certo tempo, sem que nenhum dos dois fosse capaz de aborda-la até a chegada de um terceiro.
Nesse caso o terceiro vem favorecer uma crise anunciada.
Terceira
Uma terceira dinâmica tem a ver com escaladas de compensação negativa e vinganças não amorosas, nas quais um dos dois ou os dois compensa feridas e dores exercendo seu direito de ter intimidade e sexualidade com outras pessoas sabendo a dor que causa, e justamente por isso, poderíamos chama-la de "com você eu machuco meu parceiro!"
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Quarta
Relaciona se com a lealdade e o jeito repetitivo de como as coisas funcionam na família de origem e no sistema, algo como " eu faço como vocês" ou então "faço no lugar de vocês", pois muitas vezes o filho ou a filha age segundo o desejo de infidelidade oculto ou não permitido de seus pais.
Ou, "três é mais estimulante," quando o filho ou a filha competiram fortemente com o progenitor do mesmo sexo pelo amor do outro.
Quinta
Pessoas que se recusam a se deixar ter por muito medo do abandono, visto que aprenderam a viver o amor como algo lesivo e têm pânico de ficar presos de verdade em uma relação. Por isso sentem-se mais a salvo quando tem amantes, algo assim como: "com tantos, não arrisco meu coração"!
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Por último existem dinâmicas sem uma explicação clara, pois não devemos esquecer o mistério sempre presente, que move os fios das coisas com extremo capricho e de forma incompreensível, e que faz com que do nada, contra qualquer prognóstico, surja um terceiro que acaba cumprindo uma função na história de amor e dor das pessoas e dos casais.
Relacionamentos anteriores também podem ocupar o lugar de um terceiro na atmosfera do casal.
E pode ser difícil aceitar plenamente um companheiro posterior porque na alma a pessoa continua se sentindo ligada ao anterior, pois embora a separação tenha sido clara e decidida, os tempos da alma são mais lentos.
Existem riscos quando o companheiro anterior ainda está em litígios financeiros, desacordos ou disputas sobre filhos. Se a presença deste perdurar muito corre se o risco de que este relacionamento não consiga se energizar com o seu próprio movimento de amor , visto que recebe a energia da presença desse terceiro.
Outros terceiros presentes nos relacionamentos afetivos podem ser a mãe, o pai, um filho, a fantasia de outro idealizado, etc o que também precisa ser trabalhado , organizado e liberado.
Baseado em o Amor que nos faz bem Joan Garriga.
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