O poder da palavra é um fato reconhecido e utilizado empiricamente desde que a linguagem existe. Agora podemos estabelecê-lo sobre bases científicas. O próprio Gariaev cita a Bíblia "a palavra se fez carne" para compartilhar a profundidade de sua descoberta, o DNA vibratório (98%) direciona o DNA molecular e codificador de proteínas (menos de 2%) para o que a palavra do humano lhe diz.
Gariaev utilizou as línguas primitivas mostrando como os genes ainda são sensíveis as primeiras palavras que desenharam a realidade humana.
Hellinger compreendeu muito cedo que a palavra expressa modifica a realidade circundante. O terapeuta pode emitir uma afirmação que provoque uma consciência ou um desafio que rompa as seguranças arcaicas da pessoa. Para que a palavra tenha um efeito criativo para pessoa, o terapeuta precisa estar muito focado, totalmente Fenomenológico.
Aos poucos, Hellinger fala menos e manda os representantes dizerem frases que movem toda a constelação. Em 2010, em um de seus treinamentos, ele compartilhou que é perigoso mandar os representantes falar porque é "usurpar" o lugar do movimento do espírito.
As experimentações da nova medicina germânica do Dr Hammer, juntamente com nossas observações em constelações, nos permitiram compreender que cada experiência individual inacabada se manifesta em alguma parte do corpo, refletindo um bloqueio de todo o sistema familiar.
Uma das principais tarefas do constelador passa a ser perceber a frase que a constelação precisa para que sua dinâmica arcaica seja transformada. A frase que vai falar a todas as células da pessoa e seu sistema familiar. A frase que o holograma transmitirá ao genoma da família, transmutando a informação genética dessa família. A frase que, por emaranhamento quântico, ou teletransporte, vai ser boa para todos.
As forças do amor
Há alguns anos que experimentamos, nas constelações e nas nossas vidas que a prioridade é o assentimento de tudo como é, por que é isso que traz o sucesso. Ao assentir reconhecemos que a vida é criada por algo maior ao qual nos rendemos. Aceitamos incondicionalmente que a vida é exatamente como tem que ser. Então entramos em sintonia com a vida e a harmonia permeia todos os aspectos de nossas vidas. Somos um com o todo.
Podemos afirmar, sem desrespeitar Bert Hellinger, que existem quatro ordens do amor, a primeira das quais é o assentimento à vida como ela é, que o próprio Bert sempre se referiu como a primeira.
E, em vez de ordens de amor, prefiro falar das forças do amor. Forças universais tão fortes e inexoráveis quanto a força da gravidade.
A Harmonia em nossas vidas nasce desse respeito por essas forças do amor. A primeira que inclui as outras três, é também a mais exigente: é o assentimento a tudo como é. Amar é aceitar incondicionalmente a vida dada por nossos pais.
A primeira força está totalmente unida a segunda, digamos que a pressupõe: a segunda força do amor é a ordem. "A vida dada por nossos pais" reconhece que esta vida existe, porque, e só por esse motivo, somos filhos desses pais. Aceitar a vida é aceitar a vida dada por nossos pais. É aceitar ser filho desses pais, ou seja, aceitar o nosso lugar. Aceitar que nossa vida é determinada pelo nosso lugar de nascimento. A segunda força do amor é, portanto, o respeito pela dimensão espaço-temporal de nossas vidas ou seja, o respeito por certas prioridades:
A prioridade de hierarquia natural: o lugar ocupado depende do momento de nossa entrada na vida, nem a herança, nem nossos próprios méritos nos permitem decidir qual lugar ocupar. O indivíduo que está antes tem prioridade sobre o que vem depois.
A prioridade do sistema mais jovem tem mais força a serviço da vida do que os sistemas mais antigos.
A dimensão espaço-temporal de nossas vidas é, portanto, fundamental quando se trata de viver o amor e realizar nossa humanidade com plenitude. A terceira (embora não haja ordem entre as forças) a força do amor diz que todos pertencem igualmente, independentemente de seus atos. Seu movimento é o da inclusão e o respeito à diferença: todos são diferentes e tem o mesmo direito de pertencer.
E a quarta é a da compreensão ou equilíbrio, entre ganhos e perdas, o equilíbrio entre dar e receber. Ela nos fala sobre nossa estrutura energética, inteiramente composta de polaridades. Esta força é o que fusiona todos os opostos em um grande movimento de criação de energia. Fusionar o dual em unidade cria energia e abre algo novo; essa força esta a serviço do vazio criativo. Com o vazio criativo me refiro a este campo ilimitado de todas as novas possibilidades, esse espaço que banha o universo, onde tudo é energia e criatividade e onde infinitas probabilidades nascem e morrem a cada instante. Sabemos que esse campo é um campo de consciência a serviço da nossa vida e nossa aproximação da abundância da vida que requer a força da rendição para nos reconectar com algo novo.
Viver com gratidão nos permite equilibrar o dar e o receber: agradecer aos pais por nos dar a vida, onde quer que coloquemos a palavra gratidão, essa atitude repleta de todas as oferendas da vida que a gratidão é, faz parte de tudo e pertence especialmente ao presente que tudo abrange. Sentir uma gratidão incontrolável a tudo é sinal de viver em sintonia com o instante presente.
Esta quarta força tem um lugar especial, pois se torna a ferramenta de reparação para as outras forças do amor. Equilibrar ou compensar. Tudo é compensado a todo momento de forma automática, instintiva e inconsciente. Tanto individual como coletivamente. As forças que dirigem a vida, humana e animal, inevitavelmente nos guiam para o amor, a inclusão, o equilíbrio e o respeito. Quando essas forças são transgredidas é que observamos o seu efeito: somos tomados pela força dolorosa de sua representação e não podemos escapar desse movimento de compensação que nos pede amor, inclusão e respeito.
Convém lembrar que, com exceção da primeira força, as outras três atuam tanto no individual quanto coletivamente. Há pertencimento individual e pertencimento coletivo, ordem individual e ordem coletiva, compensação individual e compensação coletiva. Já o assentimento é uma decisão pessoal.
A vida é governada pelas leis físicas e sistêmicas do amor maior.
Viver é amar, amar é viver.
Instituto de Constelações Familiares - Brigitte Champetier de Ribes.
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