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As ordens da existência!

Querido.....


Eu sou o ancião que você se tornará daqui a muitos anos, e venho do seu futuro para lhe dar um presente: um conhecimento ancestral chamado as Ordens da Existência, que fui adquirindo ao longo da vida que está por vir para você (e que para mim já passou). Essas ordens são principalmente três, e podem ser resumidas assim:


A vida é maior que nós.

A vida se encontra no futuro.

O sentido da vida é servi-la!


Sobre a primeira, é bom saber que a vida sorri pra nós, e nos contenta as vezes, e outras nos frusta e nos faz chorar. As duas coisas são corretas, e na verdade é difícil determinar se a vida cuida melhor de nós quando nos contenta ou quando nos despedaça.



Nunca se sabe se avançamos nos momentos expansivos ou nos momentos de retração, quando ganhamos ou quando perdemos. Se puder mantenha sempre a confiança, apesar das intempéries que o visitarem. Sua vontade, seus desejos, seus medos, tudo que configura sua identidade é pequeno diante da vontade da vida. As vezes você se sentirá como um barquinho no meio de um grande oceano. As vezes seguirá seu próprio rumo. Em outras será levado.


A vida é maior, portanto você deve aprender a se sintonizar com os propósitos dela (quase sempre incompreensíveis), mesmo quando não combinem com seus desejos pessoais.

Com o tempo você vai aprender a pensar na felicidade como uma equação que combina dois fatores complementares. O primeiro consiste em investirmos com todas as nossas forças na direção daquilo que nos move e nos comove.

O segundo em entrar em sintonia com os propósitos da vida, mesmo que não combinem com nossos anseios internos, e permitir que ela nos leve em seus braços!


A vida faz com que aconteça uma infinidade de fatos que não queremos, que são difíceis ou dolorosos; quando alguém morre por exemplo, ou quando alguém mata, ou quando adoecemos, ou quando alguém que amamos já não nos ama, ou não temos os filhos que desejamos, ou os pais ou os filhos são como são e não gostaríamos que fossem.

A vida é numa espécie de diálogo existencial, por sorte criativo, entre nossos desejos e os dela, mas sempre é soberana e com frequência não pergunta nem consulta, só age, e navegamos a deriva de seu acaso. Os mais felizes são os bons navegantes, que sabem enfrentar o mau tempo e construir a vida sobre a contrariedade.

Os mais desgraçados se agarram a contrariedade para justificar que vivem menos. Os mais felizes são os que chegam a aceitação, o grande sim a existência. Na verdade, se fosse preciso reduzir aquilo que ajuda a uma única compreensão, poderia se resumir em um inquebrantável SIM a vida.

Cada vez que tiver uma dificuldade ou um ente querido tiver algum problema, você poderá se perguntar a quê ou a quem está dizendo NÃO; a quê ou a quem não consegue integrar e amar.

Dizer não é uma tentativa legítima de fugir da dor, da culpa, da vergonha ou da indignidade, mas você precisa saber que a fuga tece longas sombras. O destino que aceitamos nos toma em seus braços e nos conduz a vida. Porém, aquele do qual tentamos escapar nos persegue, reclamando seu direito imperioso de ser.



Escolha sempre o real contra o ideal; escolha o amor por tudo o que é, contra suas crenças, sua ideologia, a pequenez de suas ideias de justiça infantil que aplacam sua má consciência. Procure seguir a máxima de Santo Agostinho: aceite com alegria o que a vida lhe dá e deixe ir com a mesma alegria o que a vida lhe tira. E, eu acrescentaria, talvez, para acalmar os que confundem grandeza com conformidade: procure mudar as coisas que puder e não ceda em seu empenho de contribuir para criar um mundo melhor. Na juventude nos julgamos muito grandes, muito EU e gritamos isso aos 4 ventos. Depois com o tempo EMAGRECEMOS e nos tornamos muito mais VOCÊ e depois, mais e mais TODOS.


Avançar, crescer, significa estender o coração em todas as direções, a tudo, a todos, sem exclusão. E crescemos aumentando mais e mais os movimentos expansivos do coração, até que não reste um único grama do que chamamos OUTROS que não seja parte de nós mesmos.

Crescemos quando somos mais o alheio e a alteridade do que o eu.



Reflexões: A chave para uma boa vida. Joan Garriga.

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