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Embaraços Sistêmicos

Atualizado: 23 de ago. de 2023

Quando os pais agem abertamente contra os melhores interesses de seus filhos, é de

presumir eles próprios embaraçados em alguma violação sistêmica das Ordens do Amor.


Os pais naturalmente desejam que os filhos sejam poupados do que eles próprios sofreram; e sofrem quando os filhos sofrem. Eles se sentem desencorajados e fracassados quando os filhos fracassam e se desencorajam. Quando a dor dos pais é cegamente equilibrada pela dor dos filhos, vai passando de pessoa para pessoa, de geração para geração, e não tem fim.





O trabalho com constelações familiares frequentemente revela padrões de dano e sofrimento que se repetem numa família ao longo das gerações.


Os filhos são ilimitados no amor, mas limitados na experiência de vida, de modo que para eles é grande a tentação de comungar com a infelicidade dos pais. Se a mãe está deprimida, os filhos se sentem tentados a imitá-la. Se o pai bebe demais, os filhos se sentem pressionados a encontrar alguma maneira de igualá-lo no sofrimento, talvez impedindo-se de vencer na vida.



O amor maduro, porém, exige que as crianças renunciem pouco a pouco ao amor cego da infância e aprendam a amar como adultos. Em vez de repetição do que é prejudicial, o amor maduro quer que eles se livrem dos embaraços familiares. É assim que elas preenchem as expectativas e esperanças mais profundas de seus pais. Quanto melhores os filhos, melhores os pais.

Os filhos escapam dos efeitos negativos do afeto cego reconhecendo os verdadeiros anseios dos pais e atendendo a eles. Esses anseios são que os filhos se tornem felizes e bem sucedidos. É preciso muita coragem para que os filhos vejam os pais sofrer, e ainda assim, obedeçam ao amor maior, procurem o sucesso na vida e realizem os desejos dos corações paternos.


Mesmo querendo ser como os pais, os filhos temem o destino deles. Por isso, exteriormente, podem rejeitar os pais e tentar ser diferentes, ainda que as ocultas procurem imitá-los. Esses filhos, embora alardeiem suas diferenças, continuam a agir inconscientemente como os pais e atraem – ou repelem – situações de vida em que experimentam praticamente o mesmo que eles experimentaram. Quando os filhos dizem aos pais: - em nenhuma circunstância hei de ser como vocês, continuam a amá-los cegamente e estão atados a eles. A despeito de si mesmos, empenham–se em seguir o exemplo paterno e tornam-se exatamente iguais. Quando os filhos temem ser iguais aos pais, vivem a observá-los, pois têm de aprender constantemente a não sê-lo; não é de admirar, pois, que acabem sendo.




O homem leva os valores e tradições de sua família para o relacionamento, e a mulher faz o mesmo. No entanto, essas tradições e valores quase sempre são muito díspares. Por fora, os filhos seguem o genitor dominante, mas por dentro seguem o outro. Se, por exemplo os valores do pai dominam, o filho do casal os seguirá exteriormente, mas, interiormente, adotará os valores da mãe. É mais comum que os valores da mãe dominem e sejam seguidos exteriormente pelos filhos e o resultado é que embora exteriormente rejeitem o pai, no fundo procuram imitá-lo – muitas vezes sem o saber.

Ao desviar-se dos valores de um genitor, o filho em geral segue o sistema de valores do outro. Por essa razão, desobedecer a um é muitas vezes render lealdade e obediência ao outro. Se um dos pais passar, direta ou indiretamente esta mensagem ao filho: “não seja como seu pai/mãe”, a lealdade dele exigirá que ele se torne igual ao genitor proibido.


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