![](https://static.wixstatic.com/media/a8e7f6_11b638317f834c6ab19260e6bac29432~mv2.jpg/v1/fill/w_256,h_170,al_c,q_80,enc_auto/a8e7f6_11b638317f834c6ab19260e6bac29432~mv2.jpg)
As consequências
Um aborto tem um efeito drástico na relação do casal. Depois de um aborto, a relação costuma chegar ao fim. Usando uma figura de linguagem, com a criança aborta-se também o parceiro. Normalmente, não é algo que o amor consiga superar. A consequência do aborto é que os pais terão que expia-lo , não importa como o justifiquem ou expliquem. Muitas vezes a mulher o expia através da incapacidade de encontrar, ter ou manter um parceiro. Isto acabou. Ela também pode expiá-lo com uma doença grave.
A expiação é a tentativa de compensar por meio do mesmo sofrimento e destino. Isto faz a pessoa se sentir melhor. Para quem olha aquele que expia? Será que ele olha para a criança abortada ou para si mesmo?
Na expiação, fechamos os olhos. Não olhamos para o outro, que ferimos ou prejudicamos. Olhamos somente para nós mesmos. O outro fica só. Quando um aborto ocorre dentro do casamento, isto muitas vezes acaba com o relacionamento sexual. Não precisa necessariamente ser assim, para isso também há soluções. No entanto, muitas vezes é o que acontece, quando o aborto é reprimido. O problema do aborto é que ele geralmente está ligado a ilusão de que se pode desfazer o que foi feito. E isto não é verdade. Neste caso, a criança é tratada como uma coisa, da qual se pode dispor à vontade.
Através da Nova Constelação familiar observamos que o aborto costuma ter consequências muito mais sérias do que a aceitação do filho. Com o aborto assume-se um fardo muito maior do que teria sido o caso com o nascimento do filho.
A responsabilidade
O homem frequentemente se exime da responsabilidade do aborto e a descarrega inteiramente sobre a mulher. No entanto a responsabilidade cabe aos dois pais. Nenhum dos dois pode empurra-la para o outro. De qualquer maneira a mulher nunca pode empurrar a responsabilidade, porque é ela quem toma a decisão final. O homem só é livre se tiver realmente assumido a mulher e o filho inteiramente. O homem está envolvido mesmo que não tenha sabido do aborto, e , portanto não tenha tido que tomar uma decisão a seu respeito. Se ele soubesse ele teria que ter assumido uma postura diante da situação. O aborto é um caso extremo de tomar e dar. A criança dá tudo e os pais tomam tudo. Até mesmo o pai que nada sabe, toma tudo. Portanto, é uma obrigação informá-lo à respeito do aborto.
A solução
A solução é que a criança que foi abortada volte a ser inserida e aceita na familia. Isto ocorre pelo luto, que se mostra através de uma dor profunda. A criança passa a ser o foco. A dor honra a criança e a reconcilia com seus pais. Por natureza a criança parece estar disposta a sacrificar a própria vida pelos pais. Portanto, ela não se agarra a vida a qualquer custo, já que a morte faz parte da vida. Não temos como avaliar qual é o ganho e qual é a perda neste processo. Na constelação, a criança se torna o foco e é vista, e as lágrimas brotam. E estas lágrimas reconciliam a criança, e junto com as lágrimas, corre também o amor pela criança , que é consolada. A mãe pode então dizer: " eu sou sua mãe, e você é meu filho. Agora tomo você como meu filho e lhe concedo um lugar no meu coração" o pai pode repetir o mesmo por ele.
No capitulo seguinte falaremos sobre o amor, a paz e o pertencimento nos casos de abortos.
Do livro de Sophie Hellinger, "A própria felicidade".
![](https://static.wixstatic.com/media/a8e7f6_6f31508371c54a0b9aea0b5125299fcb~mv2.jpg/v1/fill/w_256,h_191,al_c,q_80,enc_auto/a8e7f6_6f31508371c54a0b9aea0b5125299fcb~mv2.jpg)
Comments