Alcançar a intimidade com alguém é o desejo profundo de quase todos os seres humanos, pela saudade que temos deste primeiro período em que vivemos em total intimidade com nossos pais, principalmente com nossa mãe durante os primeiros 9 meses de vida. E descobrimos que esse desejo é realmente difícil de realizar. Aos poucos percebemos que é uma meta que alcançaremos progressivamente, paralelamente a um grande desenvolvimento pessoal e a uma purificação incomensurável.
Nas relações entre duas pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente, cada uma reage automaticamente ao que a outra sente, seja esse sentimento visível ou oculto. Se alguém sente desprezo por outro, esse outro imediatamente, sem saber porquê, sente raiva ou medo do primeiro. Cada sentimento em relação a uma pessoa cria imediata e instintivamente uma reação complementar naquela pessoa.
Quando alguém é desprezado ou ofendido, sente imediatamente raiva, por isso, se um membro do casal é irritado, o outro membro, pelo seu respeito adulto, perceberá o que ele mesmo sentiu, fez contra o outro, e assumirá sua parte de responsabilidade nessa raiva, em vez de reagir visceralmente como uma falsa vítima. É a única coisa que trará paz ao relacionamento.
Pelo contrário, se alguém decide responder como vítima, joga-se o jogo: os dois entram num jogo desonesto de acusação cada um adotando falsos papéis de Salvador, vítima e perpetrador, até chegarem a uma conclusão perigosa em que ambos perdem, a menos que um aproveite sua força adulta para assumir sua responsabilidade, deixando ao outro seus cinquenta por cento e retirando-se da troca o infantil de autodestruição.
O poder do equilíbrio entre dar e receber está sempre em ação. Se alguém preferir ferir, desprezar, ou atacar, receberá o mesmo. Se alguém decidir respeitar e assumir, receberá respeito e força adulta. Por ressonância ambos jogam o mesmo jogo até que um decida parar de jogar.
Los desafios de la vida actual. Brigitte Champetier de Ribes.
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