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Nesse texto de Bert Hellinger, baseado em seu trabalho terapêutico com casais, "Para que o amor de certo" ele nos trás clareza sobre esse tema, baseado em suas vivências. Ele nos apresenta o outro lado da moeda, quando alguém que cometeu uma traição ou um deslize na relação, vai em busca do perdão do seu cônjuge. Leia e observe as consequências em cada situação. Se assumo minha responsabilidade e reconheço o dano causado, e assumo também a culpa por isso, ou se transfiro ao meu parceiro(a) a difícil incumbência do perdão.
O "perdão" de relações extraconjugais
Se peço perdão ao meu companheiro, transfiro-lhe, com isso a responsabilidade de fazer com que tudo fique bem. Por assim dizer, tudo depende agora do companheiro. Por isso, em geral, aquele a quem peço perdão fica zangado comigo. Ele se sente abusado. É semelhante a confissão. De uma hora para outra, aquele, que na verdade nada tem a ver com a coisa, tem de agir enquanto eu fico passivo. Seria melhor se ele dissesse: "Fui injusto com você. Eu arco com as consequências. Sinto muito pela dor que lhe causei." Por meio dessas afirmações ele fica equilibrado em si mesmo e pode agir imediatamente. E o companheiro é respeitado.
Quem perdoa se encontra em posição superior
Quem perdoa um companheiro, por exemplo, devido a um deslize, diminui-o com isso. Assim, aquele que é perdoado talvez tenha de abandonar o companheiro, para manter a sua dignidade. O chamado perdão tem efeito negativo. Pelo contrário, quando o culpado diz: "sinto muito", o outro pode anuir.
Participante: Pois bem, e se aquele ao qual eu digo que sinto muito não aceita essa frase e deixa a culpa comigo, tenho então de carregar essa culpa?
Bert Hellinger: Sim. Eu carrego a culpa, porém tenho dito ao companheiro que sinto muito, mostrei-lhe respeito. Mais que isso não estou em condição de fazer.
Participante: Eu não tinha intenção de confessar, mas a minha companheira percebeu que algo não estava em ordem. Insistiu durante longo tempo e com muita eficácia, até que eu finalmente confessei. Apesar de saber das consequências não pude evitá-lo.
Bert Hellinger: Alguns que tem a consciência pesada sentem a necessidade secreta de expiar por isso. Eles conseguem fazer com que todos os segredos venham a luz. Trata-se, entretanto, de uma pergunta essencial: Qual é a minha atitude em relação a minha culpa? Quero desfazer-me dela agora ou digo a mim mesmo que quero conservá-la ate o fim da vida? Se a conservo, sem dúvida não sou inocente, mas tem uma força que não teria sem a culpa. Então sou mais modesto e muito humano.
Reconciliar-se e começar de novo
A reconciliação é um valor, o perdão não. A não ser que ambos os parceiros perdoando-se mutuamente. Se um casal agiu mal em um com o outro, e mais tarde dizem-se: Perdoamo-nos mutuamente, então nenhum dos dois se coloca em posição superior. Pode-se também dizer: Nós nos reconciliamos. Isso significaria: permitimo-nos começar de novo. Isso implica que não se retorne mais ao que passou. Tem que ficar no passado. É como um novo começo. Essa verdadeira reconciliação.
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